segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Gentileza gera estranheza (?)

Certos momentos da vida, vamos vivendo num ritmo tão intenso que não percebemos certas situações ou mesmo as ignoramos. As vezes simplesmente não atentamos a fazer uma reflexão de algumas delas. Certo dia, parei pra analisar uma dessas situações que passam e, por uma questão de certa forma cultural, achamos normal.

Há alguns anos, um homem simples chamado José Datrino ficou muito conhecido por espalhar pelas ruas e viadutos do Rio de Janeiro uma expressão simples : GENTILEZA GERA GENTILEZA. Tal feito foi reconhecido até por uma música da excelente cantora Marisa Monte (Gentileza), lamentando o fato de, após a morte do Profeta Gentileza, terem pintado tudo de cinza novamente. Isso me trouxe a uma reflexão. A música surge como uma metáfora, onde a gentileza vem sendo “apagada” de nossa conduta nos dias atuais. Ou pior: estamos passando a ver a gentileza como uma forma de o outro querer algo em troca, como se quisesse algo de volta pela atitude gentil.

Hoje a gente acaba estranhando quando estamos numa parada de ônibus a noite e alguém oferece uma carona. Pensamos logo o que? “Pode ser um maníaco. Tô fora” E com um sorriso amarelo descartamos o gesto do outro.

Quando numa fila chamamos um idoso para passar na frente e ser atendido logo, alguns rejeitam, como se se sentissem ofendidos. Chega a ser hilário, mas tem sido realidade.

E por aí vai. Se tecemos um elogio sincero a uma mulher, já temos segundas intenções. Se nos oferecemos a fazer uma atividade no lugar da outra pessoa, já desconfia logo ou imagina que não vá fazer do jeito que deva ser feito.

Claro que todas essas situações não são generalizáveis. Ainda conseguimos ver pessoas que são gentis e que sabem receber palavras e gestos de gentileza.

Assim como também existem (infelizmente) pessoas que são mal intencionadas e abusam da boa vontade dos outros. Mas esses são minoria, sem dúvida! Só que acabam ganhando grandes proporções pela mídia, deixando uma falsa impressão que vivemos cercado deles.

Portanto, não podemos deixar de observar essa pequena falha que vem crescendo na sociedade, e que simplesmente vamos deixando passar sem refletir: o quanto o meio em que vivemos seria tão melhor se praticássemos a confiança e os atos gentis! Mesmo aqueles que se usam da "bondade" para obter vantagem, seriam constrangidos pela boa educação. O que não podemos é permitir que nossos valores sejam vistos como algo incomum!

Sonhador, eu? Talvez sim. Mas sonhar faz tão bem...

Fica a dica!


sábado, 15 de janeiro de 2011

O Rio (de lama e incompetência) de Janeiro!

A essência de uma reportagem jornalística, pra ser considerada adequada, deve ser fria e imparcial; afinal, o importante é o relato da informação para milhões de leitores e espectadores. Mas o que tenho visto e revisto nos últimos dias, referente aos recentes acontecimentos catastróficos na região serrana do Rio de Janeiro, são repórteres muito envolvidos, emocionados e visivelmente abalados; não é pra tanto, são seres humanos!
Estou falando tudo isso pra dizer que se mesmo aqueles que (em tese) deveriam manter a frieza na transmissão das notícias não estão conseguindo, quanto mais este interlocutor que vos fala!
Bem, não sei necessariamente o que dizer... Que é uma situação devastadora? Sem dúvidas! Que é algo recorrente? Infelizmente! Que isso vai mudar um dia? Assim espero! Mas se é uma situação devastadora e recorrente, por que não evitar? De repente me veio a inocência de uma criança... Mas essa inocência fica só nos "Por quês", não quer dizer que não sei o "Como".
Acho no mínimo estúpido pra um governo deixar que algo desse porte aconteça! Outro dia, um especialista em governos disse que se gasta 14 vezes mais (isso mesmo!) para se corrigir ou amenizar essas tragédias do que usar medidas de prevenção! Existe lógica nisso? Por que preferir gastar mais? E todas as vidas perdidas? Isso é mais desesperador, pois não tem preço!
Confesso que permaneço estático e perplexo diante de tanta coisa acontecendo, mas que fico só na lamentação e não faço nada pra mudar! Muito fácil se entristecer com essa situação toda, mas de que forma você pode ajudar? Com orações já é um grande passo, pois só Deus pra confortar as famílias que perderam tudo: parentes, casa e perspectiva.
É difícil falar isso tudo. Não há nada mais a dizer do que tudo que é dito todo dia nos jornais. No mínimo serve de reflexão: estamos dando valor a nossa vida, a nossa família, a nosso teto?
Não pretendo ser repetitivo nem mesmo piegas. Mas fica aqui meu registro de solidariedade e revolta com toda essa lamentável catástrofe!

Leiam 2Co 1,3-4

Deus console a todos!