quarta-feira, 24 de julho de 2013

O brasileiro e as manifestações

A história brasileira é marcada por diversos episódios em que determinadas classes revoltaram-se contra a opressão a elas impostas. Como exemplos, os quilombolas na época da escravidão, passando pelas revoltas pela independência do país em relação à coroa portuguesa e, no século passado, a resistência contra a ditadura, o movimento “Diretas Já” e culminando com o impeachment de um presidente da República. Todos estes tiveram uma característica em comum: a luta se dava contra apenas um ou poucos ideais.
Os protestos populares que aconteceram no mês de junho deste ano ganharam um cunho histórico não apenas pela quantidade de pessoas, e muito menos pelos atos isolados de vandalismo que tentaram manchar a imagem dos manifestos, mas principalmente pela vasta lista de reivindicações colocadas em pauta.
Os primeiros protestos, que iniciaram em São Paulo, se deram em função do aumento das passagens do transporte urbano. Porém, o fato gerador não necessariamente foi o tamanho do reajuste, mas as péssimas condições que se dão esse transporte (como em todas as grandes cidades), não justificando um reajuste. Mas outras considerações devem ser levadas em conta.
O fato de a polícia ter reprimido com violência desproporcional, a negação das autoridades em rever o aumento e a cobertura tendenciosa da mídia sobre os protestos causaram ainda mais revolta em toda a população, dando uma sensação de censura ao direito constitucional da livre manifestação de pensamento. Logo esse sentimento se espalhou por todo o país, deflagrando uma manifestação generalizada em praticamente todas as cidades, seja saindo às ruas, com cartazes e palavras de ordem, seja dando apoio de forma passiva, mas não menos importante.
Decorrente disso, foram vindo à tona as inúmeras insatisfações do povo brasileiro diante de temas específicos, como as PECs 33 e 37 e o Movimento Passe Livre, bem como de problemas que já são históricos no país e que a solução sempre foi sendo procrastinada, como educação de qualidade, saúde de qualidade, segurança, direitos humanos, corrupção, entre outros. Tudo isso junto formou uma onda de manifestações como jamais vista no Brasil.

O grande legado que fica dos protestos de junho de 2013 vão além das vitórias conquistadas a curto prazo, como a  revogação do aumento das passagens não só em São Paulo como em muitas outras cidades e a derrubada da PEC 37. A principal contribuição de todos que saíram às ruas foi resgatar a autoestima do brasileiro, mostrando que o velho ditado de “a união faz a força” é extremamente válido. A cabeça do brasileiro nunca mais será a mesma. Em vez de ser um mero espectador, aceitando o senso comum como verdade, vai começando a desenvolver uma atitude filosófica, questionando o mundo que nos rodeia e os seres humanos que nele vivem.  O gigante não está mais adormecido.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Gentileza gera estranheza (?)

Certos momentos da vida, vamos vivendo num ritmo tão intenso que não percebemos certas situações ou mesmo as ignoramos. As vezes simplesmente não atentamos a fazer uma reflexão de algumas delas. Certo dia, parei pra analisar uma dessas situações que passam e, por uma questão de certa forma cultural, achamos normal.

Há alguns anos, um homem simples chamado José Datrino ficou muito conhecido por espalhar pelas ruas e viadutos do Rio de Janeiro uma expressão simples : GENTILEZA GERA GENTILEZA. Tal feito foi reconhecido até por uma música da excelente cantora Marisa Monte (Gentileza), lamentando o fato de, após a morte do Profeta Gentileza, terem pintado tudo de cinza novamente. Isso me trouxe a uma reflexão. A música surge como uma metáfora, onde a gentileza vem sendo “apagada” de nossa conduta nos dias atuais. Ou pior: estamos passando a ver a gentileza como uma forma de o outro querer algo em troca, como se quisesse algo de volta pela atitude gentil.

Hoje a gente acaba estranhando quando estamos numa parada de ônibus a noite e alguém oferece uma carona. Pensamos logo o que? “Pode ser um maníaco. Tô fora” E com um sorriso amarelo descartamos o gesto do outro.

Quando numa fila chamamos um idoso para passar na frente e ser atendido logo, alguns rejeitam, como se se sentissem ofendidos. Chega a ser hilário, mas tem sido realidade.

E por aí vai. Se tecemos um elogio sincero a uma mulher, já temos segundas intenções. Se nos oferecemos a fazer uma atividade no lugar da outra pessoa, já desconfia logo ou imagina que não vá fazer do jeito que deva ser feito.

Claro que todas essas situações não são generalizáveis. Ainda conseguimos ver pessoas que são gentis e que sabem receber palavras e gestos de gentileza.

Assim como também existem (infelizmente) pessoas que são mal intencionadas e abusam da boa vontade dos outros. Mas esses são minoria, sem dúvida! Só que acabam ganhando grandes proporções pela mídia, deixando uma falsa impressão que vivemos cercado deles.

Portanto, não podemos deixar de observar essa pequena falha que vem crescendo na sociedade, e que simplesmente vamos deixando passar sem refletir: o quanto o meio em que vivemos seria tão melhor se praticássemos a confiança e os atos gentis! Mesmo aqueles que se usam da "bondade" para obter vantagem, seriam constrangidos pela boa educação. O que não podemos é permitir que nossos valores sejam vistos como algo incomum!

Sonhador, eu? Talvez sim. Mas sonhar faz tão bem...

Fica a dica!


sábado, 15 de janeiro de 2011

O Rio (de lama e incompetência) de Janeiro!

A essência de uma reportagem jornalística, pra ser considerada adequada, deve ser fria e imparcial; afinal, o importante é o relato da informação para milhões de leitores e espectadores. Mas o que tenho visto e revisto nos últimos dias, referente aos recentes acontecimentos catastróficos na região serrana do Rio de Janeiro, são repórteres muito envolvidos, emocionados e visivelmente abalados; não é pra tanto, são seres humanos!
Estou falando tudo isso pra dizer que se mesmo aqueles que (em tese) deveriam manter a frieza na transmissão das notícias não estão conseguindo, quanto mais este interlocutor que vos fala!
Bem, não sei necessariamente o que dizer... Que é uma situação devastadora? Sem dúvidas! Que é algo recorrente? Infelizmente! Que isso vai mudar um dia? Assim espero! Mas se é uma situação devastadora e recorrente, por que não evitar? De repente me veio a inocência de uma criança... Mas essa inocência fica só nos "Por quês", não quer dizer que não sei o "Como".
Acho no mínimo estúpido pra um governo deixar que algo desse porte aconteça! Outro dia, um especialista em governos disse que se gasta 14 vezes mais (isso mesmo!) para se corrigir ou amenizar essas tragédias do que usar medidas de prevenção! Existe lógica nisso? Por que preferir gastar mais? E todas as vidas perdidas? Isso é mais desesperador, pois não tem preço!
Confesso que permaneço estático e perplexo diante de tanta coisa acontecendo, mas que fico só na lamentação e não faço nada pra mudar! Muito fácil se entristecer com essa situação toda, mas de que forma você pode ajudar? Com orações já é um grande passo, pois só Deus pra confortar as famílias que perderam tudo: parentes, casa e perspectiva.
É difícil falar isso tudo. Não há nada mais a dizer do que tudo que é dito todo dia nos jornais. No mínimo serve de reflexão: estamos dando valor a nossa vida, a nossa família, a nosso teto?
Não pretendo ser repetitivo nem mesmo piegas. Mas fica aqui meu registro de solidariedade e revolta com toda essa lamentável catástrofe!

Leiam 2Co 1,3-4

Deus console a todos!

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Um dia de herói!

Muitas vezes passamos por situações em que nos superamos, conhecemos novos limites e conseguimos dar respostas de nossas habilidades. Domingo passado foi um dia assim pra mim.
Depois de uma confraternização no interior, com muita diversão, churrasco, piscina e pelada (futebolisticamente falando! rsrsrs), fui designado a retornar a São Luis dirigindo. Mas havia um escopo aparentemente desfavorável: fim de tarde, chuva na estrada, carro cheio, barriga cheia de feijoada e carne (eita, mas tava bom!) e músicas de Belo e companhia! É ou não uma situação totalmente desfavorável? rsrsrs
Mas outro fato que dificultou deveras foi a estrada, totalmente sem sinalização! É notável a falta de vontade dos responsáveis públicos em entregar obras com bom acabamento, no prazo correto ou mesmo com um mínimo de funcionalidade. É lamentável o descaso conosco, pagadores de pesados impostos.
Com tantas situações adversas, confesso me sentir um meio-herói, pois tinham vidas dependendo de mim. A viagem correu tudo bem. Chegamos a tempo de ver o Pânico! rsrsrs

Abraços =)

domingo, 26 de setembro de 2010

Mega Show do Scorpions em São Luis



"Aqui estou, pra te estremecer como um furacão!" Foi sob essa atmosfera indescritível que aconteceu, na última sexta, o show mais esperado das últimas décadas no Maranhão! Algo que parecia improvável até para os mais otimistas promotores de eventos e fãs... tornou-se real!!!
Posso dizer que vivi uma das experiências mais mágicas de minha breve existência até o momento. Qualidade de som e luz impecáveis! Quanto ao grupo, parecia que estavam iniciando sua primeira turnê. Mas não, é a última (Será?! Espero que não).
Após 45 anos de carreira (brilhante por sinal), a capital maranhense foi agraciada com o último show da última turnê no Brasil! Daí vem a pergunta: Mas por que São Luis? A resposta é: quem liga! Era pra ser e pronto! (rsrsrs)
Tiveram pontos negativos? Seria hipocrisia dizer que não, mas prefiro não me ater ao que, no meu entender, foi o que menos importou! O que fica é a sensação de que sim, nós podemos! Somos um dos estados mais atrasados economicamente, socialmente, politicamente... Mas este evento foi muito mais do que uma simples apresentação de uma lenda mundial! Foi uma mostra do nosso potencial!
Chegou a hora de um vento de mudança pra nosso estado! Grandes shows virão, assim esperamos! Mas o que mais esperamos é uma mudança de mentalidade da população.

45 anos de carreira pra música é algo simplesmente marcante! Mas 45 anos de domínio político, não é nada vantajoso!

"Eu sei, você sabe
Que nós estamos apenas começando (...)
E o melhor ainda está por vir"